quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Big Al's Society

Dia D


Corria vagarosa e lenta a soalheira tarde de 6 de Junho de 1944, numa praia da Normandia. Eu nessa altura vendia “Bolas de Berlin” aos banhistas alemães que lá acampavam, tipo Orbitur da Costa da Caparica. O dia estava fraco, chuva tinha afugentado os banhistas, então comecei a ouvir o meu i-pod sentado num cabide de aço gigante que lá tinham deixado. Quando olho para o horizonte começo a repara que por baixo da neblina começam a surgir uns pequenos barcos, cheios de turistas, dos inúmeros paquetes que estavam fundeados ao largo. Lembro-me como se fosse ontem, parecia um miúdo a preparar a carteira dos trocos. Cum caraças, tanto bife a quem vender bolas de Berlin. Pelo que me lembro não era só eu que me sentia alegre, o próprio presidente da junta deu ordem para fazer um fogo preso, muito bom por sinal. Epá foi cá uma paródia! Os bifes a chegarem a correrem na direcção das casas de banho e dos refeitórios, os banhistas alemães a gritarem “nein! Amerikaner Schweines! Eram eles a dar as boas vindas. Foi mesmo um pagode total, eu até tinha de correr para conseguir vender umas bolazinhas de Berlin. Havia alguns bifes que vinham tão cansados do cruzeiro que assim que punham os pés na praia deitavam-se logo. Foi um dia em cheio para mim vendi, para cima de duzentas! Não! Cem! Não! 50, talvez!? Bem na verdade só vendi uma, que não foi vendida, fui eu que a comi porque não tinha almoçado nesse dia, mas eu deduzi no meu vencimento. Depois desse dia comecei a vender apenas “Bolacha Americana”, não é a mesma coisa o pessoal não pega tanto.


O meu respeito a todos os que pereceram em batalha



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