quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Lugares reservadinhos!

Ele há coisas do arco-da-velha!

Tenho vindo a deparar-me uma das grandes injustiças sociais de que há registo na história da humanidade e do ser humano também. Há que meter o dedo na ferida e escarafunchar um pouco. Então lá vai!

A igualdade de direitos é defendida na convenção dos direitos humanos, mas do papel à prática há muito que se lhe diga.
Este fim-de-semana, há falta de melhor, fui até ao Centro Comercial Colombo passar o tempo a andar de escada rolante. Tudo estaria a correr bem se não fosse fim-de-semana, não estivéssemos quase no Natal e o dito não estivesse a abarrotar. À chegada deparo-me com o parque totalmente cheio, mas, e aqui vem o busílis da questão, lá estavam eles, os lugares para as grávidas, portadores de deficiências, Marques Mendes, e afins. Sim, esses lugares marcados a tinta amarela mesmo à porta do centro, nos melhores locais. Um lugar reservado! Meus amigos, lugares reservados e a pagar o mesmo que os outros. Definitivamente há aqui qualquer coisa que não me cheira nada bem. Eu, que já sou defensor da ideia de que, nestes parques, quanto mais perto da porta se estaciona, mais se deve pagar. Ou seja, num mundo perfeito, seriam delineadas zonas nos parques, por distâncias, com preços afixados. Zona vermelha, mais próxima, mais cara, zona amarela, mais longe, mais barato e as respectivas zonas intermédias.
Mas não! Basta estar gravida, e pimba, estacionamento mesmo à porta do centro, o que para os homens é já uma desvantagem. É impressão minha ou a isto chama-se “DISCRIMINAÇÃO”.
Como seria de esperar, tal tinha de dar confusão. Mesmo ao meu lado estacionou o carro com uma grávida, como é lógico tive de me insurgir. “Olhe, desculpe lá! Já não lhe chegam os seus lugarzinhos reservados, não? Não tem vergonha na cara de vir para aqui estacionar nos lugares não reservados, mais um bocadinho e está a passar à minha frente na fila do supermercado!”
Mas se este flagelo só se ficasse pelos parques de estacionamentos, estaríamos nós muito bem. Vamos no comboio ou no autocarro e lá estão eles, mesmo ali à entrada, onde todos possam olhar, mas só alguns se podem sentar. Mais uma vez, as gravidas e os idosos têm a primazia. Mas aqui até é um pouco mais grave, se cometer-mos a loucura de nos sentarmos nesses lugares, corremos o risco de ter alguém em pé ao nosso lado com conversas do tipo, “Ai! Quando eu fiz 79 anos, fiquei com uma dor nos rins, que não me aguento, nem consigo andar a pé”. Esta ladainha repetida duzentas vezes é coisa para nos maçar. Lá temos que nos levantar, de rosto cabisbaixo, apontados e quase espancados pelos demais. E o que é que chamam a isto?Para mim não passa de um acto discriminatório de uma minoria em relação á maioria, já agora, só quero ver se também colocam lugarzinhos reservados a não gravidas, à portinha da maternidade Alfredo da Costa, sim, porque lá estamos nós em minoria!
By: Trepas

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu gosto deste miúdo,Assim é que se leva Portugal para a frente. Chega-lhes!!!!