sábado, 15 de dezembro de 2007

Hospital Amadora-Sintra - "Somos pessoas e não gado, Srs. Doutores!!!"


Pensamos que caminhamos no sentido certo e que estamos no centro da Europa. Tivemos por cá os grandes chefes de estado dos países europeus e também africanos. Movemo-nos nas grandes esferas da política externa, mas, cá por dentro o bicho continua a roer e o fruto aos poucos vai apodrecendo. Não querendo comparar o nosso país a uma maçã, pêra ou abacate (isto agora fez-me lembrar a música da Dina no Eurofestival da Canção), o que é certo, é que temos bom aspecto. A casca é bonita e brilhante mas o interior tem bicho e é farinhento (desculpem abusar desta metáfora, mas, sejamos sinceros, foi muito boa).
O meu piscar de olho vai hoje para o nosso serviço hospitalar. Bem sei que haveria sempre muito para falar, contudo, há coisas que me deixam a pensar que algo “está podre no reino da Dinamarca” (leia-se: em Portugal, o serviço hospitalar é uma anedota). O que dizer quando uma pessoa é operada ao estômago, operação que requer um período pós-operatório de algum cuidado e essencialmente, muita contenção de esforço do paciente e, logo no dia seguinte, é obrigado a sair do hospital. Esta situação não foi um caso isolado, pois todos os pacientes que se encontravam em recuperação nos cuidados pós-operatórios, foram literalmente postos a andar das suas respectivas camas. Falamos de pessoas idosas e até mesmo de indivíduos que foram operados nessa madrugada. Pessoas que não tinham quem as fosse buscar e que foram gentilmente sentadas em cadeiras num corredor à espera, tudo porque as camas tinham que ser arrumadinhas e desimpedidas o mais urgentemente desses estorvos.
Meus amigos, quem se queixa que actualmente não somos mais que números, deveria estar bem caladinho, pois é muito bom ser um número. É que, pelo andar da carruagem, vamos passar de números a bosta de cavalo, mas tratados com muito menos dignidade que os referidos excrementos.

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