segunda-feira, 30 de julho de 2007

Operação: Trepas House - Episodio I



Sábado de manhã, tenho o Sr. Manel a tocar à campainha. Lá fomos os dois em busca do tão malfadado chão. Posso dizer que entrei no submundo dos construtores, empreiteiros e serventes. Andei pelos recantos mais obscuros da minha cidade à procura de um chão, que por acaso o Sr. Manel disse que já tinha conseguido arranjar. Enfim, posso afirmar que esta busca foi mais complicada do que a do Santo Graal. Falei com os principais “dealers” dos arredores e vi coisas que a minha memória nunca mais irá esquecer. Falei com o João “Surdo” e com o Tó Zé o Coxo, procurando quase em vão por tamanha relíquia.
Após longa busca, lá se encontrou um chão parecido.
Então, Sábado dia 14 de Julho às 11 horas, começaram as obras. O Sr. Manel, sempre optimista, “Ó Shor Trepas, num fim-de-semana isto está feito!”. A alegria apoderou-se do meu espirito. “Um fim-de-semana e estou no paraíso” pensei eu, sem imaginar o inferno que me esperava.
A esta hora, já os dois empregados do Sr: Manel, começavam a partir a parede. Munidos de um pequeno martelo, que por acaso até era meu, martelaram a parede como se não houvesse amanhã. Foi então que tudo começou, já não havia volta a dar.
Comecei a observar atentamente cada passo dos individuos, sedento de conhecimento, tentando aprender qualquer coisa. Rapidamente aprendi que os empregados eram iguais ao patrão, fora um ou outro piropo que mandavam pela janela de minha casa, também diziam que naquele fim de semana o assunto estaria resolvido.
Começaram os contratempos.
Primeiro, a culpa era dos materiais que não secavam depressa. “Sabe Shor Trepas, isto demora sempre um pouco a secar, não sei como é que vai ser”. Perguntei se era a primeira vez que lidavam com aqueles materiais, o que justificaria a sua ignorância face ao possivel tempo que a obra demoraria. Responderam-me que não. Então, quando questionados sobre o facto dos materiais demorarem a secar mais do que um fim-de-semana, eles apenas gaguejaram um pouco e deram mais um gole na Super Bock fresquinha que tinham na mão, e que fui que lhes dei.
O Sr. Manel, que ficaria responsável por colocar o chão no dia seguinte, ligou a dizer que não iria conseguir estar em minha casa a tempo.Bem, tudo se desenrolava no sentido de eu perceber que as obras iriam durar um pouco mais do que fui informado.

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