Hoje enquanto desfolhava o jornal, fiquei impressionado com o destaque de três páginas dado ao Panteão Nacional. Um género de cemitério dos mais importantes portugueses. Mas algo me deixou confuso, para além de abrigar os restos mortais de “alguns” dos portugueses, abriga também os cenotáfios. Ufa, granda palavrão! Segundo sei são os túmulos de pessoas que ninguém sabe onde morreram, ou que os restos mortais nunca foram encontrados. Ora muito bem, estamos perante um embuste! Então vamos visitar o Panteão Nacional para ver o túmulo, desculpem o cenotáfio de Vasco da Gama, mas ele não está nem nunca esteve lá dentro. Como é possível pactuar com este embuste? Não há ninguém que informe o povo português desta situação? Outra dúvida que tenho é como é que se ganha o direito a poder ficar no Panteão Nacional? Segundo o que a nossa equipa de historiadores apurou, é através de provas de reconhecido valor para com a pátria. Ora bem, o meu primeiro ímpeto é o de dizer, descriminação! Não acredito que apenas 16 personalidades portuguesas tenham feitos históricos. A grande senhora do fado, Amália Rodrigues levou a voz de Portugal longe, sim definitivamente sim; Vasco da Gama levou-nos à Índia, ok numa época sem aviões é de louvar tal feito; Manuel de Arriaga foi o nosso primeiro presidente da república, também aceito, acto digno para quem não sabe o que é a República. Mas existem algumas escolhas que me deixam dúvidas; Almeida Garrett, escritor do livro “Viagens na Minha Terra”, tudo bem, boa crítica, livro usado nas escolas, mas se a crítica fosse negativa os restos mortais do senhor estariam lá? Não acredito; General Humberto Delgado, primeiro homem a tentar derrubar o regime de Salazar, também aqui tenho dúvidas, visto que não foi bem sucedido. E agora recentemente Aquilino Ribeiro, suspeita-se que teve envolvimento no regicídio de Dom Carlos?! Acho que aqui já estamos a abusar, se o senhor é suspeito não deveríamos tentar apurar a verdade antes de transladar o corpo para tal local? Chama-se a equipa do CSI para limpar o nome do senhor senão daqui a uns anos temos o Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa a reclamar um local no Panteão Nacional para si. Para concluir uma curiosidade, a origem da expressão “obras de Santa Engrácia” advêm do Panteão, visto que o local é originalmente uma igreja de nome Santa Engrácia que esteve nada mais, nada menos do que 284 anos em obras! Ou seja, a igreja começou a ser construída em 1682 e foi acabada em 1966, nem quero pensar na factura que o estado pagou ao empreiteiro. Chiça.
Nota: Gostaria de informar que em altura alguma quis ou tentei ser ofensivo para com as personalidades históricas referenciadas. Todo o meu respeito para a sua memória e para os seus descendentes.
1 comentário:
Ena pá! Muita bem visto!
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