Hoje dedico este pequeno espaço à minha mulher e à sua terrível atracção por trapalhadas, taralhoquices e coisas que tal.
Ontem, a rapariga resolveu ir até ao bem mais precioso que os nórdicos depositaram ali para os lados de Alfragide: o IKEA.
Como eu me encontrava a trabalhar, ela resolveu ir sozinha e isto pode não querer significar nada, mas ontem significou trapalhada!
Como todos sabemos o Ikea por si só, já emana energias que deixam as mulheres (e alguns Trep...aaarrrhhh homens) com a cabeça no ar, mas o episódio que se segue é digno de um filme, não é que não o tenhamos já imaginado, mas daí a acontecer...
Andava ela muito bem pelos corredores no referido espaço comercial, enchendo alegremente o carrinho que transportava, quando decide olhar para dentro do mesmo e constatar que estava cheio de coisas que ela não tinha retirado dos escaparates, e como o poder dos suecos em impingir coisas ainda não chega ao ponto de fazer cair produtos variados das prateleiras para dentro dos carrinhos das pessoas, significa isto que o carrinho em questão não seria certamente o dela.
Ao reparar nisto, ela tira as mãos do dito e olha espavorida à sua volta quando avista o carrinho que era dela, e junto a ele um casal que discutia por, imagine-se, ter perdido o carrinho que tranportava. Perante este cenário, estaria ela perante duas situações, ou se dirigia junto do casal e explicava que se tinha enganado, ou então evitava a situação e tendo em conta que a mulher discutia com o marido, ou namorado, vomitando faíscas de raiva pelos olhos, optou claramente pela segunda opção.
O cenário não era agradável e havia que agir com suplex, classe e requintes de malvadez, para chegar junto do carrinho que era dela, sem dar a entender ao casal irado que tinha sido ela a levar o carrinho deles.
Havia que despistar atenções, assim nada melhor que passear pelos diversos corredores da loja, sempre de olho no carrinho, para dar a entender que ela nunca o tinha largado ali, apenas o tinha estacionado durante breves instantes enquanto enchia as mãos de coisas que "supostamente" lhe faziam falta. Assim foi, do corredor dos atoalhados, para o corredor dos cortinados, passando pelas caixas e pelos copos e utensílios de cozinha, foi passeando pelos corredores com ar atarefado e retirando para os braços tudo aquilo que lhe aparecia à frente, enquanto o casal já discutia com um funcionário da loja, esbracejando furiosamente.
No meio do aparato o casal acabou por ir buscar outro carrinho e foi neste instante que a minha mulher dicidiu aproximar-se do carrinho dela e descarregar tudo o que tinha colhido pelo caminho e zarpar dali para fora...
Que fique registado que ela não o fez de propósito, coitado do pobre casal!! mas o Ikea tem destas coisas e como se não bastasse, ela acabou por pagar... quando chegou à viatura automóvel para guardar tudo o que tinha adquirido, reparou que lhe faltava uma sapateira que tinha comprado, e que por acaso até nos fazia falta, não fazia parte da manobra de diversão, tinha ficado junto da linha de caixas, já paga, pronta para alguém lhe pegar, lá voltou ela ao interior da loja buscar a dita sapateira.
Resta-me apenas dizer, que tenho agora em casa uma toalha individual cinzenta, um pirex grande e duas taças brancas que não nos fazem falta, o que me leva a dizer e concluir que por muito que a gente tente e quaisquer que sejam as circuntâncias, uma visita ao Ikea acaba sempre com um carrinho cheio de coisas e muitas delas nem sabemos bem o que lhes vamos fazer...CUM CATANO!!!