quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

A Vida e Graça de Alípio

EPISODIO 2

- Olá Alípio como estás caraças?! – Pergunta Patrício
- Nada bem, caraças! – Responde Alípio
- Então? porra!
- Tenho andado com uma micose no escroto, chiça!
- É pá! Onde arranjaste isso? Catano!
- Acho que foi no barbeiro, irra!
- Achas que têm mais? Caraças!
- Não pá, aquilo sai muito bem, catano!
- É pena, sempre quis ter uma dessas, irra!
- Até logo Patrício, porra!
- Adeus Alípio, chiça!

Alípio caminha agora vagarosamente em direcção à Farmácia Central, onde vai comprar um unguento para corar a sua maleita, mas como a rua é a subir a viagem poderá demorar aproximadamente duas horas, já que duzentos metros a subir é matéria para arrastar o nosso herói. Ia Alípio a virar a esquina, quando vindo do terceiro andar do clube desportivo e recreativo de Caniçais, um acordeão acerta-lhe em cheio na testa. Alípio levanta-se e reclama com o sócio número 18 o Sr. António José Catano, dono da casa de aprestos marítimos e de caça de Caniçais.

- Fdx, Sr. Catano acertou-me em cheio nos cornos! Porra
- Oh! Pequeno Alípio, peço desculpa estava a treinar o meu jogo da malha! Irra.
- Está aqui algo estranho, já consigo falar mais rápido. Carago!
- Oh! Pequeno Alípio, peço desculpa estava a treinar o meu jogo da malha! Porra.
- Pois, estou a sentir que falo bem e que não arrasto a fala, Chiça!
- Oh! Pequeno Alípio, peço desculpa estava a treinar o meu jogo da malha! Irra
- Deixe lá isso homem, sinto-me capaz de soletrar um dicionário, catano!
- Oh! Pequeno Alípio, peço desculpa estava a treinar o meu jogo da malha! Porra!
- Desculpe, mas estava a jogar à malha com um acordeão? irra!
- (…)??? (…) Oh! Pequeno Alípio, peço desculpa estava a treinar o meu jogo da malha! Chiça!
Alípio sangra abundantemente da testa, mas consegue agora andar muito mais rápido do que à minutos atrás, entra na Farmácia Central com um ar confiante mas com a camisa cheia de sangue, o pânico instala-se enquanto o Tozé, filho do Sr. Pinças dono da peixaria agarra Alípio e manda-o ao chão, Lolita Martinez, antiga estrela da cassete pirata, corre para o telefone e chama a guarda, o Sr. Carlitos pega no cutelo e aponta á garganta de Alípio. Uma gritaria desenfreada invade a farmácia, entre urros de dor e gritos vários – Assassino!!! – Uma nuvem de pó levanta-se. Como irá terminar tudo isto? Porque foi Alípio assim tratado?

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