sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Raios para o Carnaval!


O Carnaval é uma das festividades anuais que mais dúvidas me desperta. Ao longo dos tempos as minhas opiniões têm variado de uma forma extrema.
Em criança adorava o Carnaval. Lembro com saudade quando a minha mãe comprava as mascaras e eu passava a noite inteira acordado vestido de Zorro. Todos os anos a mesma coisa, era ver-me ás 5 da manhã, já de mascarilha e espada em riste, sem esquecer a mochila do He-man nas costas. A ânsia de me juntar aos restantes 143245645546 zorros que haviam na minha escola era grande. A escola que frequentei era um viveiro de Zorros, de tal ordem que naquele dia haviam apenas 2 grandes grupos, os Zorros e as Fadas. Às vezes, aparecia um ou outro mariconço que se mascarava de cowboy ou pirata. Esses abichanados apercebiam-se rapidamente da asneira que tinham cometido e passados alguns minutos lá estavam eles também de mascarilha. A pressão era muito grande já naquela idade.
Mais tarde, a ideia de levar com um balão de água, farinha, ovos e outros produtos alimentares (enlatados incluídos) mudou radicalmente a minha opinião. Passei então a detestar o Carnaval. Passava estes dias fechado a 7 chaves no meu quarto, nem nos meus pais confiava.
Já homem feito, e a convite de colegas de trabalho, fui a Torres Vedras onde me diverti à grande. Mascarado de cigano e após um patrocínio incansável da Super Bock, passei então a desfrutar do Carnaval de outra forma, bêbado. O que é certo é que passei a gostar novamente do Entrudo, até ao ano passado em que um engraçado e querido amigo que se chegou ao pé de mim com uma simples e inofensiva caneta para apontar um número de telefone e zás... uma grande passa! Aquela porcaria deu choque. Fiquei com o braço direito a tremer, todo arrepanhado e com a sensação de mandar raios eléctricos pelos olhos.
O que é certo é que lá fiquei de novo com o pé atrás com o raio do Carnaval, além de cada vez que há trovoada não posso sair á rua, ou não seja eu o já famoso Trepas, o “Pára-Raios Humano”, tal não é a quantidade de electricidade que ainda resta no meu corpo.

Sem comentários: