terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Borda D`Àgua - O Verdadeiro Almanaque


Presto aqui a minha grande homenagem ao livro mais vendido do mundo, o “Borda D`Àgua – O Verdadeiro Almanaque”. Ao contrário do que se possa pensar, a venda deste ultrapassa em grande escala a venda da Bíblia. O próprio Jesus Cristo fazia-se sempre acompanhar de um exemplar desta obra. Aliás, onde é que pensam que Ele foi buscar ideias como a divisão dos pães?
Gostaria então que olhássemos para o nome “Borda D`Àgua – O Verdadeiro Almanaque”, não para o seu significado, pois esse perdeu-se nas brumas do tempo, mas sim para outros elementos. Em primeiro lugar, é notável a liberdade gramatical que a exclusão da letra “E” no “D`Àgua” confere à expressão. Transmite uma musicalidade única que nunca seria conseguida com “Borda de Agua”. Para mim é um dos maiores rasgos de criatividade humana depois das Petasetas. A segunda nota vai para a redundância que advém do subtítulo “O Verdadeiro Almanaque”. Em primeiro lugar não conheço outras publicações do género e em segundo este é o único documento verdadeiramente à prova de cópia. Ninguém tem coragem de o reproduzir e graças a isso, quando fui a um centro de cópias pedir que me tirassem uma cópia da capa e de mais uma ou duas páginas, fui violentamente agredido, levando com dois agrafadores na testa e um furador na nuca quando já tentava fugir.
Este é o auto intitulado manual da sobrevivência e não poderia estar mais de acordo. Só este nos ensina que a batata se deve cultivar em Novembro e que a poda nas figueiras deve de ser feita em Janeiro durante a lua minguante. Mas não só, oferece-nos também momentos de reflexão e introspecção metafísica, é a pedra basilar da nossa vida.
Este livro deveria ser obrigatório, nunca existirá outro que faça a conexão perfeita entre a plantação do tremoço e a consciência de existência própria num universo metafísico e ideológico.

Atrevo-me agora a deixar aqui um excerto da obra, a nota astrológica do mês de Janeiro:

As pessoas nascidas sob a influência do corno da cabra, e da abundância, são em geral seres fortes mentalmente, capazes de se dedicarem com sucesso a causas e ideais, pois têm não só uma visão do futuro e do alto a que querem chegar como a perseverança de trilharem os caminhos adequados.”

In “Borda D`Àgua - o Verdadeiro Almanaque” para 2007

2 comentários:

Anónimo disse...

Para mim só uma palavra define o que acabei de ver:
-Divino!

Anónimo disse...

Finalmente foi feito o tributo que uma obra secular já merecia.
Eu não dispenso o meu exemplar na mesinha de cabeceira.
Graças ao Borda D'Água aprendi a proteger as batatas e as favas desse flagelo que é a geada.
Mudou a minha vida!
Obrigado Borda D'Água, obrigado Trepas!