sexta-feira, 9 de novembro de 2007

The Big Al’s Society (by Espiga)

Hoje estou novamente muito saudosista, talvez derivado ao tempo que estive parado na A5, hoje de manhã. O meu pensamento arrastou-se até 1982, quando os meus pais compraram um Toyota Starlet por 500 contos, ora em 82 devemos estar a falar de algo muito próximo dos 1500, 1600 contos para os dias de hoje. Lembro-me que o meu pai foi comigo a Castelo Branco buscar o carro. Amarelo, cheirinho a novo, que nostalgia desse momento. Parece que o estou a ver à porta do stand a brilhar por todos os lados, aquele simpático carro, sem jantes especiais, sem vidros eléctricos, air bags ou ABS, e com um rádio que só tinha FM e AM. Era para mim o carro mais bonito que alguma vez tinha visto, ainda hoje e apesar de já ser proprietário, sinto saudades daquele pequeno carro, com ar patusco de cor berrante, que tinha como velocidade máxima 140 km/h. Lembro-me que a viagem do stand até casa foi algo que nunca mais irei esquecer, tantos botões para mexer, um banco que se deitava, fantástico. Hoje quando passo junto de uma sucata, rezo para que o seu fim não tenha sido igual ao de milhares que lá se encontram empilhados e que já foram a alegria de alguém. Hoje os meus pais têm um carro que fala, eu tenho um carro que me avisa de presença de gelo na estrada, e de certeza que todos vocês tem um carro com air bag, mas a verdade é que a tecnologia de hoje será a antiguidade de amanhã, e aquilo que hoje nos é impingido como ultimo grito, amanhã será o grito do Ipiranga. Tenho pena que a evolução dos tempos faça baixas, e que atire para o “esquecimento” aquilo que em tempos nos deu tantas alegrias.

2 comentários:

PiPes disse...

Caro Espiga até me vieram as lágrimas aos olhos!!! O meu carro que fala, que nem precisa de chave ou comendo para abrir...e as saudades que eu tenho do datsun do meu pai...que me levava para o alentejo vezes sem conta!!!

Ai esses eram os tempos

Trepas disse...

Bonito e quase que poético. Espiga no seu melhor. Também conheço bem essa sensação. É a tirania do tempo que não para.
Por falar em carros que falam, sempre que entrarem no carro do Pipes nunca gritem "FAIXA!", é que se sujeitam a ouvir das boas!

Mas parabéns Espiga!